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terça-feira, 13 de outubro de 2009

Trajeto Sinistro


História escrita em maio de 2007

Angélica era uma pessoa normal. Trabalhava, estudava, se divertia. Costumava ir ao cinema todos os domingos, acompanhada de suas amigas. Era bonita, porém solteira. Trabalhava como secretária de um médico e por isso tinha os fins de semana livres. Estudava administração de empresas na USP. Morava em São Paulo.
Um domingo, Angélica foi ao cinema como de costume, porém pegara carona com uma amiga, já que seu carro havia quebrado. Quando o filme acabou, Angélica estava cansada e preferiu ir para casa a pé a ir à festa que seus amigos lhe proporam. Tinha de trabalhar cedo no dia seguinte e teria prova na faculdade.
Porém, quando voltava para casa, sozinha, as luzes da cidade se apagaram, fazendo com que Angélica ficasse na mais completa escuridão. Angustiada, lembrou-se de seu celular, pegou-o na mão e abriu-o, clareando um pouco seu caminho.
" Tenho que chegar logo em casa! Sabe-se lá o que pode acontecer numa noite como essa!"
Olhou as horas no celular: 10:20. A sessão tinha acabado às 10:15. Andava há cinco minutos. O trajeto levava cerca de quarenta minutos.
"Por que não tomei um táxi?", pensava toda aflita.
De repente, começou a ouvir um barulho estranho: tum, tum, tum. Pareciam passos. Ai meu Deus! Alguém a seguia. O coração de Angélica parecia a bateria de uma escola de samba, de tão rápido que batia. Então ela começou a andar mais rápido. Tinha muito medo de olhar para trás. Novamente se perguntava as horas: 10:25. Era como se o tempo não passasse nunca. Foi ai que ela se assustou. Ouviu um uivo: UUUUUUUU! Não era supersticiosa, mas na hora do medo tudo se confunde. Só poda ser um lobisomem. Angélica apertou ainda mais o passo. Apesar do frio, suava muito, mas sem sentir calor. Seus olhos estavam atentos a tudo. O celular ainda iluminava o caminho porém a mão que o segurava estava completamente trêmula. Aquele trajeto nunca demorara tanto. As horas. 10:30. Olhando a tela do celular, percebeu que a bateria estava no fim.
"Por favor! Agora não!"
Era tarde demais. A bateria do aparelho apagou e novamente ela se viu na total penumbra. Então os passoas que haviam parado, voltaram a persegui-la. Então o desespero a atingiu. Angélica saiu correndo desesperada. Não ligava mais para o escuro. Só queria chegar em casa. Porém os passos continuavam no mesmo ritmo que ela. Por diversas vezes quase caiu, mas sua angústia era tanta que sempre conseguiu se manter em pé, com o mesmo pensamento:
"Se eu parar estou morta!"
Quando passou um carro, aproveitou a luz e olhou o relógio. 10:35. Parecia ter corrido tanto! Mas percorrera menos do que pretendia.
"Vamos, Angélica, vamos!"
Finalmente avistou sua casa. Entrou. As luzes voltaram. Unindo toda sua coragem, resolveu olhar pela janela, afinal, não mais corria riscos. Quando pôs sua cara no vidro, ficou pasma. Aquilo que a seguia e que tanto a assustoou era apenas um cachorro manso! Olhou as horas: 10:40. Levara 25 minutos. Nunca tinha feito o trajeto tão rápido. Enfim, segura.

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