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terça-feira, 13 de outubro de 2009

Compromisso


História escrita em 26/9/2008, para uma prova de redação, segundo uma proposta da UNICAMP

Allan Hank, europeu, 38 anos. Rita Oliveira, brasileira, 31. Essas duas pessoas se conheceram de uma forma inusitada: através de um anúncio de jornal. Eles ainda não se viram. Seu primeiro encontro é hoje, em um finíssimo restaurante da capital.
O europeu chegou primeiro, como um bom cavalheiro. Trajava terno preto e gravata e havia criado o clima perfeito: eles escolheriam um prato, conversariam, jantariam e então, à meia-luz, dançariam uma música bem romântica.
Rita era simples, porém determinada. Queria primeiro conhecê-lo e depois pensaria se o romance poderia realmente acontecer. Vestiu-se muito bem: um vestido lilás, longo, que mostrava sua bela silhueta e fazia seu rosto parecer ainda mais bem feito do que realmente era.
Quando chegou ao restaurante, Allan estava à sua espera. Era belo. Restava saber se era agradável apesar da perspectiva de apenas um breve compromisso. Rita acreditava que podia conquistá-lo a tal ponto que ele resolvesse ir ainda mais adiante.
A impressão que Allan teve dele não foi muito diferente. Ela era linda e andava convictamente, porém, sensivelmente. Parecia ideal.
Os dois se cumprimentaram com um beijo no rosto e sentaram-se no lugar escolhido pelo europeu. Rita sentia-se um pouco deslocada em um local tão elegante. Pediu um dos pratos mais baratos, apesar da insistência de Allan em que escolhesse algo mais requintado.
Tudo correu exatamente como planejado. Ela era o que ele esperava. Queria tornar-se advogada. Estava estudando e muito bem, por sinal. Era inteligente e só não começou a estudar antes porque sua condição social não lhe permitiu. e era justamente esse o principal impecilho em uma possível relação entre os dois. Como explicar a ele essa diferença social tão grande?
Quando ele a convidou para dançar, após mostrar um português impecável durante sua conversa, ela não sabia o que fazer. Nunca havia dançado na vida. Precisava recusar.
_ Não.
_ Perdão?
_ Não posso dançar com você - disse ela, já em um tom choroso - Aliás, tudo isso está errado. Não pode acontecer nada entre nós! É impossível!
_ Mas por quê? Você é exatamente quem eu procurava! Você é perfeita!
_ Não. Não sou. Sou pobre. Este vestido sequer é meu! Eu não estou à sua altura.
Rita fugiu. Allan ficoou atordoado. Nunca havia considerado relacionar-se com uma mulher de classe mais baixa. Mas ela era perfeita. Não podia perdê-la. Decidiu que não a perderia e faria dela a mulher mais feliz do mundo.
Procurou seu endereço e começou a lhe mandar flores. Ela nem as recebia. Allan resolveu então visitá-la e, ao chegar lá, encontrou uma Rita diferente daquela do restaurante. Usava roupas simples e tinha uma vassoura em mãos. A faculdade não havia mais. Não tinha dinheiro. Allan não tinha palavras. Pediu-a em casamento ali, na sua porta, enquanto ela segurava uma vassoura. Não aguentava vê-la sofrer. Já a amava.
Rita não sabia o que responder. Era óbvio que o amava. Não pelo dinheiro mas pela pessoa que era.
Sua mãe, já meio doente, ouviu o que se passava e foi ver a cena. Ela precisava aceitar. E, foi pondo todo o preconceito de lado e com um sorriso no rosto, que ela aceitou.

3 comentários:

  1. a história tem bastante a ver com orgulho e preconceito!! Eis o porquê da foto!!!

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  2. haamm... fantastica.. Se fosse um pouco mais realista qm sabe...

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  3. quando eu escrevi essa história eu disse: "Eu sei que tá muito século XIX, mas ficou bonitinha!!!"

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