A última razão
Sentado no meu quarto,
Olho pela janela
Vejo a chuva caindo
Sinto uma brisa suave transpassar
O meu rosto
Me fazendo lembrar daqueles momentos
Que passamos juntos
Onde o brilho dos seus olhos
Me levava para um lugar inexistente
Ainda me lembro da suavidade das suas mãos
Seus cabelos esvoaçantes ao vento
Seu sorriso me fazia esquecer os problemas
Porém, nada existe mais
Dias e dias se passam
E apenas o que vejo pela frente
É um caminho de trevas e escuridão
Que terei de traçar sozinho...
Em um último suspiro
Ainda consigo ver o ódio em seus olhos
Um ódio que estraçalha meu coração
E que me leva a um lugar sem volta
Onde a vida, é apenas um detalhe
A morte não mais tornará a se rebelar
Pois o mal maior
Já não existe mais
Só o que existe
São lembranças de um dia ao seu lado
Onde o barulho da sua respiração
Era motivo para me deixar feliz
Porém, palavras que poderiam
Ter sido ditas
Já não se encontram sobre meus lábiosAquilo que nada significou
Se tornará para sempre, inesquecível
Pessoas virão, pessoas irão
Palavras serão ditas, outras tantas não
Tudo aquilo que podia se esperar de um futuro
Já não é possível
Pois não há futuro, quando não
Há o que viver
Se um dia voltares
E se deparar com aquela chuva
E a doce brisa que suas mãos
Me proporcionavam
Se lembrará dessas palavras
Que jamais serão repetidas
E a vida é curta demaisPara que se sofra duas vezes
Nada mais importa
Se aquilo com o qual mais se desejava
Mas seguirei tentando
Pois aquilo que um dia me feriu
Me lembrará que o que mais importa
São as palavras não ditas
Pois aquelas que foram ditas
Já desvendaram o mais precioso dos mistérios.
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